terça-feira, 26 de maio de 2009

Nós, a Água e a Floresta

O ser humano e a cadeia alimentar




Há muitos anos, quando criança, presenciei uma cobra comendo um sapo. Revoltada com a “crueldade”, matei a cobra. É claro, não salvei o sapo e interferi numa ação absolutamente natural.
Na ocasião, desconhecendo o princípio básico do equilíbrio ecológico, entendi que estava havendo um abuso de força e, sem raciocinar, fiz aquilo que estava condenando: usei de minha superioridade física, eliminando o mais fraco.
Apesar de toda evolução no estudo ambiental, ainda hoje temos a pessoa humana, abusando de seu poder frente às outras formas de vida. Matar outro ser vivo, para se alimentar, é uma ação natural e, neste sentido, essencial ao equilíbrio ecológico. Não há, no fato da cobra comer o sapo, nenhuma crueldade. Da mesma forma que o sapo irá “caçar” insetos e o gavião, a cobra.
A pessoa humana se alimenta de carne e vegetais (ser apenas vegetariano é exceção). Matar um animal apenas para matar a fome não é crime, nem para a lei dos homens, nem para as leis naturais. Acontece que o ser humano acha-se no direito de eliminar as outras formas de vida por prazer, por crueldade, para mostrar força. Isto tem que ser coibido.
Por isto entendo que, o simples fato de se pensar em retirar da Lei nº 9605/98 o artigo 32 que trata da crueldade contra animais domésticos, é um absurdo. Os humanos são muitas vezes “desumanos” e a única forma de impedir que maus-tratos aconteçam é pela punição. Descriminalizar a crueldade é quase o mesmo que dizer: fiquem à vontade, os animais estão aí para serem usados e abusados.
Não acho que a lei por si só seja suficiente para evitar todos os males. É preciso que se entenda o meio ambiente e a importância de cada ação para a manutenção do equilíbrio ecológico. Porém, é uma utopia acreditar que possamos conseguir que todos passem a agir de uma forma ambientalmente correta. Desta forma, a existência de leis punitivas e sua devida aplicação ainda é um meio eficaz para se garantir qualidade de vida.
Na próxima semana, estaremos comemorando o Dia Mundial do Meio Ambiente. Para continuar “comemorando”, precisamos entender e rever muita coisa.

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