terça-feira, 3 de novembro de 2009

Nós, a Água e a Floresta

Os cemitérios e o ambiente

Aproveitando que ontem foi dia de finados, vamos falar um pouco sobre os impactos dos cemitérios no meio ambiente.

Enterrar os mortos é uma prática muito antiga, tendo iniciado há aproximadamente 100 mil anos antes de nossa era, embora os cemitérios, como são conhecidos hoje, são bem mais recentes (a partir do século XVIII).

Embora muito tenha se evoluído nas questões ambientais, os mortos continuam sendo enterrados, na maioria das vezes, sem os devidos cuidados e, apesar da Resolução CONAMA 335 que trata do licenciamento de cemitérios ser de 2003, dando um prazo de 180 dias para os antigos se adaptarem às novas exigências, ainda hoje temos muitas situações preocupantes.
Cemitério é atividade potencialmente poluidora e a escolha dos locais, geralmente de baixo valor imobiliário e com condições geológicas e hidrogeológicas inadequadas é campo para sérios impactos ambientais negativos. Os impactos acontecem com maior freqüência em cemitérios públicos que, em geral, não são implantados com os cuidados necessários.Conforme o pesquisador Alberto Pacheco, do Instituto de Geociências da USP, os impactos estão divididos em duas categorias:
“O impacto físico primário - ocorre quando há contaminação das águas subterrâneas de menor profundidade (aqüífero freático) e, excepcionalmente, das águas superficiais.O impacto físico secundário - ocorre quando há presença de cheiros nauseabundos na área interna dos cemitérios provenientes da decomposição dos cadáveres. Segundo os tanatólogos (estudiosos da morte), os gases funerários resultantes da putrefação dos cadáveres são o gás sulfídrico, os mercaptanos, o dióxido de carbono, o metano, o amoníaco e a fosfina. Os dois primeiros são os responsáveis pelos maus odores. O vazamento destes gases para a atmosfera de forma intensa deve-se à má confecção e manutenção das sepulturas (covas simples) e dos jazigos (construções de alvenaria ou concreto, enterradas ou semi-enterradas).”
Quem estiver interessado em ler mais sobre o assunto, o artigo completo do pesquisador está no site www.ambientebrasil.com.br.Nossos mortos precisam de um local apropriado, sejam eles cremados ou não. O movimento nos cemitérios no dia de finados mostra a importância do assunto. Pensar em meio ambiente não é excluir os costumes e atividades da vida moderna: é adaptar, buscando o equilíbrio ideal.

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