sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O valor sagrado do Mito

Saulo em "Mitos e Meios Ambientes"

Joseph Campbell, em seu livro “O Poder do Mito”, já anunciava que os mitos refletem a necessidade da sociedade, no entanto o mito também diz ao homem como o seu meio natural deve ser tratado. Através do mito, o homem decide como colocar em prática a sua relação com a natureza.

O sistema econômico atual –  que deveria ser uma avenida de trocas em que “se alguma coisa não é necessária aqui, esta coisa com certeza é necessária acolá” – se resumiu a um simples controle da natureza.  Há, provavelmente, uma necessidade psicológica no homem de governar a natureza, o meio ambiente que o cerca, a fim de afirmar a sua soberania, e para isso ele cria mitos de controle, códigos de conduta inseridos na cultura de modo que a lei dos mais espertos dita a maneira que a sociedade evolui.

Tais regras de conduta moldam a ação coletiva perante o meio ambiente e impedem, de certa forma, que o indivíduo seja alheio a tais normas porque o que existe é uma fusão do comportamento cultural do coletivo dentro da natureza. Assim, quando o mito serve como justificativa para o homem explorar o seu ambiente, ele faz com que a “praticidade” se torne muito desigual e, por assim dizer, nada coletiva. A norma mitológica do lucro implica que, por exemplo, um país rico como os EUA pode simplesmente jogar milhares de toneladas de alimentos no oceano para não desvirtuarem as regras do mito. Na Etiópia e em Serra Leoa morrem mais de mil pessoas por dia e na Europa eles jogam comida excedente no mar. Isso é claro, porque a produtividade deles é maior do que a demanda. Essa não é uma praticidade, digamos, eficiente.

Os mitos sagrados do mundo surgiram de uma necessidade prática que é harmônica com as leis da natureza. Por exemplo, na Índia, as vacas não são mortas porque são sagradas, porque suas religiões e seus mitos não o permitem, elas são sagradas porque a utilidade delas para a extração do leite e cultivo da terra para a produção de alimentos é uma necessidade coletiva. Agora, o mito ocidental já tem outra perspectiva: o sagrado consiste em sanguinários frigoríficos que vendem carne a um preço elevado.

O mesmo acontece na derrubada de árvores. Nossas florestas, com árvores de 300 anos, estão sendo, ou já foram vendidas, quando a própria vida depende delas, e isso acontece porque o homem esqueceu o valor sagrado do mito. Quando o mito não tem o seu valor sagrado intrínseco, ele é destrutivo. É construtivo para poucas pessoas, mas o mundo é grande e está cheio de gente. Isto é uma humanidade, embora não pareça de forma alguma.

Os deuses da vegetação, Ísis, Tammuz e Áttis há milhares de anos refletem o valor natural dos ciclos: o fato de que as árvores, assim como nós, deveriam morrer por si mesmas e, também pelos próprios frutos, deveriam renascer. É certo que temos o poder de fazê-las renascer, mas não é chegado a nós o autoridade para destruí-las.

Fica ai a reflexão acerca da perda desses valores milenares que contribuíram para formar a sociedade atual, em que a negligência e a desconsideração motrizes das ações humanas fatalmente criaram uma civilização que profanou os seus lares originais.

 

Abraço a todos!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A hora do planeta!

O ato simbólico mundial de apelo contra o aquecimento global obteve respostas do oriente ao ocidente. Um número recorde de 538 cidades e povoados de 75 países se comprometeram a apagar as luzes às 20h30 em 28 de março durante a Hora do Planeta 2009.
O prefeito Eduardo Paes - Rio de Janeiro, anunciou que desligará as luzes de monumentos cariocas como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, o Parque do Flamengo e a orla de Copacabana, que terá a segurança reforçada pelas autoridades competentes.
Um movimento que deu início com apenas uma cidade - Sidney em 2007, hoje ganha espaço em diversos países que aderiram ao movimento. Para 2009 estão previstas 1000 cidades e já foi cumprido mais da metade do objetivo!
Bem que Bauru poderia aderir ao movimento não é Rodrigo???

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Carnaval da Consciência

Katarini em ComunicaçãoMídiaAmbiente&Diversidade
depois de rasgar a fantasia...

Dizem que o ano, no Brasil, só começa realmente depois do Carnaval, portanto, contagem regressiva para a maratona de 2009... acho que dia 2 de março começa então?

Vamos lá: Carnaval pode até ser alegria, com muitos exageros, desgates e falta de consciência ambiental, mas a crise deste ano trouxe alguns alertas e métodos mais econômicos e racionados para produzir a folia, principalmente nas escolas de samba, que chegam a gastar R$13 milhões para a apresentação de um único dia... Reportagem do Estadão mostrou que as penas de aves, tiveram que ser substituídas pelo sintético e reaproveitamento de materiais similares, as saias foram encorpadas com garrafas pet e os gastos tiveram que ser cortados, dando margem para a criatividade e para a preservação ambiental, mesmo que forçosamente. vale a pena conferir:
carnaval do Rio - http://www.estadao.com.br/geral/not_ger328315,0.htm e de SP - http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090222/not_imp328170,0.php, driblando a crise com consciência.

E tem mais. Pela primeira vez, uma escola de Samba, a Viradouro, compensou toda sua emissão de gás carbônico, devidamente calculadas, com o plantio de árvores.

Por outro lado, há a visão do jornalista ambiental Adalberto Marcondes, que a crise não atrapalha os festejos e os exageros, no blog da Envolverde, visão leve e bem-humorada: http://leitorenvolverde.blogspot.com/2009/02/o-carnaval-da-crise.html

é isso, diversão sim, mas com consciência, principalmente quando se refere aos nossos dois recursos primordias: a Água e a Floresta.


Andamos meio parados no blog e ausentes para a folia momística!!! mas estaremos de volta com tudo, contando com a integração dos interessados. Forte abraço!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Estado de alerta

Mitos e meio ambiente

"O aquecimento global no decorrer deste século será mais grave do que se acreditava até agora" é o que afirma Chris Field, membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, sigla em inglês). Para saber mais sobre o assunto acesse: www.portaldomeioambiente.org.br/

Vimos uma amostra do que pode acontecer com o incêndio que devastou o sul da Austrália. Especialistas dizem que isso serve de alerta e prenúncio das mudanças climáticas. Mais de 180 pessoas morreram, um milhão (aproximadamente) de animais não conseguiram fugir do calor do fogo e mais de 400 mil hectares de florestas foram queimadas. O fogo foi alimentado pela onda de calor e pelo vento. A temperatura atingiu o recorde de 46,4 graus Celsius.

Propostas para diminuir a emissão de carbono existem, mas são insuficientes para que se obtenham resultados satisfatórios e imediatos. Um encontro internacional está sendo promovido pelo Pnuma em Nairóbi, Quênia, para o debate de vários assuntos em relação à globalização para o meio ambiente.

Segundo Achim Steiner, diretor do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) ,"a mudança climática bem pode ser um acontecimento mais importante do que aquilo que está acontecendo em Wall Street. .... Socorros bilionários foram mobilizados em semanas, mas a resposta à mudança climática tem sido letárgica” (FSP 17/02 Ciência p.12).
O meio ambiente está pedindo socorro há muito tempo e agora pelo jeito ele cansou de esperar!

Um grande abraço,
Dani

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A crise dos reciclados!


Informação e Educação: essa é a solução!

LIXO DESVALORIZADO: Nos últimos 12 meses os preços pagos aos catadores pelos principais materiais recicláveis sofreram uma desvalorização média de 63%. Alguns itens como os vidros comuns, no entanto, perderam até 80% do valor. Confira abaixo o desempenho dos produtos mais procurados pelos catadores (os preços são referentes a um quilo do material).

1 - Garrafas pet
Valor há 12 meses: R$ 0,80
Valor atual: R$ 0,25
Desvalorização: 68,7%2

2- Papelão
Valor há 12 meses: R$ 0,25
Valor atual: R$ 0,08
Desvalorização: 68%3

3-Latas de alumínio
Valor há 12 meses: R$ 3,40
Valor atual: R$ 2,40
Desvalorização: 29,4%4

*Confira a reportagem na íntegra em: http://www.diariopopular.com.br/19_03_06/p12e13.html

Pois é pessoal, conforme a Katarini e a Fernandinha discutiram em seus posts sobre os efeitos da grande crise econômica no meio ambiente, temos aê um assunto muito relevante e preocupante: - a desvalorização do lixo!
Os nossos catadores e cooperativas estão sofrendo os efeitos da crise refletidos no valor do lixo.
A queda do dólar frente ao real diminuiu a competitividade do país no mercado internacional. Com as margens de lucro estranguladas a indústria brasileira freou as exportações. Como resultado disso, a produção diminuiu e, conseqüentemente, a demanda por matérias-primas, entre as quais os materiais recicláveis como o papelão e as garrafas pet recolhidas por catadores. Sabemos o quanto a reciclagem é importante para o meio ambiente e também que inúmeras famílias sobrevivem do lixo, dos materiais recicláveis! Devemos propor medidas e diretrizes para salvarmos o mercado dos recicláveis - caso contrário, além da grande crise financeira, estaremos futuramente vivendo a crise do lixo!

Beijo a todos!!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Conhecimento de Pescador e Pesquisador

Katarini em ComunicaçãoMídiaAmbiente&Diversidade
Me preparando para a qualificação...

Amanhã vou me qualificar para o mestrado, se tudo der certo, e ser pesquisadora, mestre em comunicação midiática, mas o que isso significa? Nada! se eu não puder dar relevância social à minha pesquisa. No meu caso faço análise da cobertura ambiental midiática, e busco sinalizar para a qualificação do debate ambiental na mídia e consequentemente na sociedade...não preciso justificar o quanto é importante uma pessoa compreender a questão ambiental, seu papel na conservação da natureza, seus deveres e direitos a um ambiente equilibrado, mas para isso é preciso estar bem informado.

No meu post passado comentei sobre o conhecimento de pescador e como é importante termos a integração com as comunidades, não só para se apropriar do conhecimento, mas também para conhecer in loco suas problemáticas, discutir soluções e contribuir de fato para o desenvolvimento sustentado do trabalho seja de pescador, ribeirinho, quilombola. Está em voga as pesquisas sobre o Conhecimento Ecológico Local, entrevistas com comunidades e pescadores, feitas, geralmente, por pesquisadores e acadêmicos que precisam complementar seus conhecimentos. E esta integração do conhecimento pescador/pesquisador é fundamental. Você conhecer, participar, estar inserido e envolvido com seu objeto de estudo deixa a pesquisa mais relevante, interessante e funcional.

A Água&Floresta podem ganhar muito com isso: unindo os conhecimentos pela preservação. O pescador que conhece a água, as marés, os pescados; o pesquisador que conhece cientificamente a importância da vegetação e métodos de conservação; e por fim, o jornalista e a mídia, que pode divulgar os projetos e os problemas de maneira contextualizada e comprometida.

Acho que é mais ou menos isso
Me desejem sorte!
Na foto, um momento de conhecimento ecológico local do projeto Meros do Brasil...Na Bahia

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A força do convencimento

Nós, a água e a floresta.

Importante a colocação da Ivy, em sua mensagem de ontem, a respeito do Projeto de Lei sobre o Cerrado. Não há dúvida nenhuma que temos que usar todos os meios possíveis no sentido de proteger nossas reservas florestais e um dos meios de se fazer isto é por lei e sanções previstas.
Mas, como diz Édis Milaré: "O Direito não cerceia por cercear: ele fornece referências de segurança para o exercício de direitos e deveres".
É isto aí: fornece referências de segurança para o exercício de direitos e deveres.
Referências! Mas é preciso muito mais do que isto, se quisermos de fato fazer com que as pessoas acreditem na preservação e o façam voluntariamente.
Imaginemos a seguinte situação: a Polícia Ambiental autua um proprietário por estar utilizando uma área de preservação permanente em desconformidade com a normal legal. Tudo bem. O policial está correto: existe uma lei que deve ser cumprida. Mas será que a simples existência da lei e a devida punição convencerá o proprietário de que deve preservar uma APP pelas razões pelas quais ela deve ser protegida?
Todos conhecem o Art. 121, do Código Penal: matar alguém. Mas será que a maioria deixa de sair por aí matando os outros, por que existe um tipo penal que diz que é crime matar e que quem o fizer será punido ou por que está convencido por razões morais que não se deve tirar a vida de uma pessoa humana? Pense bem: se amanhã este artigo deixasse de existir no CP, você teria coragem de tirar a vida de um semelhante sem o mínimo constrangimento?
Pois bem: é isto que precisamos conseguir. Com a lei como garantia, é claro, convencer a maioria das pessoas a fazer ou deixar de fazer algo, não só em virtude da lei, mas por que acredita ser aquilo melhor para ele(a) e para todos que dependem de suas atitudes.
Esta não é uma tarefa fácil. Aliás, se fosse, não teria tanto valor! Particularmente, demorei um bocado para me convencer da importância de certos atos para a preservação ambiental. (Confesso: ainda tenho dúvidas.) Qual o significado disto ou daquilo? Uma outra questão muito ouvida é: por que só eu tenho que pagar o custo de um ambiente ecologicamente equilibrado, se meu vizinho não o faz?
Por esta razão que insisto: não basta mostrar a lei, advertir, multar ... É preciso convencer!

Um abraço grande e verde!

Maria Helena

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Uma luz para o Cerrado!


Políticas para a preservação da Água&Floresta - Ivy


Antes tarde do que nunca! O post está saindo tarde (22h40) porque viajei de novo! Estou em Brasília para mais uma reunião relativa ao Conselho Nacional do Meio Ambiente, mas o meu tema neste espaço hoje é o CERRADO!!!!


Na semana passada O Vidágua foi contatado para opinar a respeito de um projeto de lei que versa sobre a proteção do cerrado paulista. O PL nº 817/2008, de autoria do Governador José Serra, é interessante, pois proíbe a supressão de vegetação nos seguintes casos:


I - abrigar espécies da flora e da fauna silvestre ameaçadas de extinção;

II - exercer a função de proteção de mananciais e recarga de aqüíferos;

III - formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou secundária em estágio avançado de regeneração;

IV - localizada em zona envoltória de unidade de conversação de proteção integral e apresentar função protetora da biota da área protegida conforme definido no plano de manejo;

V - possuir excepcional valor paisagístico, reconhecido pelo Poder Público;

VI - estiver situada em áreas prioritárias para conservação, preservação e criação de unidades de conservação determinadas por estudos científicos oficiais ou atos do poder público em regulamentos específicos.


Outro avanço é a necessidade de se preservar 50% da vegetação em áreas passíveis de parcelamento de solo (urbanas), com averbação de Reserva Legal (área preservada, onde o desmatamento é proibido). O texto completo pode ser visto no site da Assembléia Legislativa (http://webspl1.al.sp.gov.br/internet/download?poFileIfs=13209553&/vaj.000"), assim como a tramitação do processo.


Qual a importância desse PL??? Só resta 1% da vegetação original no Estado de São Paulo, ou seja, 99% foi DESTRUÍDO!!!!!!! Pouca gente se importa com o Cerrado, pois suas árvores são tortas, pequenas e têm folhas ásperas, ele gosta do fogo, sobrevive em meio à seca, não tem a exuberância da Amazônia ou da Mata Atlântica. O que poucos sabem, é que sua diversidade é maior que da Mata Atlântica e seu potencial como fonte de princípios medicinais é enorme! A Rede Cerrado (http://www.redecerrado.org.br/) é um dos instrumentos que têm auxiliado na mobilização de comunidades e na formulação de políticas para o bioma, desde o início da década de 90.


O Vidágua foi consultado sobre o projeto de lei por lideranças da Assembléia, pois em outubro de 2005 promoveu uma audiência pública naquela Casa de Leis para apresentar uma minuta neste mesmo sentido. Toda essa mobilização está gerando frutos e mostra a importância de continuarmos neste caminho!


Para que o projeto se transforme numa proposta cada vez melhor, entre no site da AL, leia o conteúdo do texto e dê suas sugestões! Mande ao Vidágua, e nós encaminharemos para que seja integrada no projeto de lei!


Um grande beijo a todos!!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

WiTricity!

Galera,
Mais uma boa nova do mundo da tecnologia: Eletricidade sem fio, ou WiTricity!

A tecnologia não é, digamos, nova, pois ela foi desenvolvida por Nicola Tesla há mais de 100 anos. Novo é o fato de que a tecnologia agora parece estar entrando na briga para ser comercializada.
Esse processo não é dos mais simples, já que, se pudermos nos livrar do montante gigantesco de fios que conduzem eletricidade dos nossos aparelhos diversos, os insumos derivados do petróleo (plástico) sofreriam drástica queda em sua produção. Isso não resulta em algo lucrativo para os senhores do petróleo. Além de que a extração de cobre (condutor elétrico) também seria reduzida com o tempo.
Assim, se torna fácil perceber o porquê de uma tecnologia inventada há mais de cem anos não ter sido levada a cabo ao longo do século XX.
Porém, a necessidade múltipla do mercado e da informação na atualidade automaticamente dinamizam essa multiplicidade de recursos e tecnologia. Ou seja, não há mais como esconder que temos outros meios mais limpos e mais baratos para usarmos a eletricidade em nossos aparelhos eletrônicos.
A simples idéia de eletricidade sem fio já é sedutora. Saber que isso é outra contribuição para a preservação do meio ambiente a torna mais sedutora ainda.

Abaixo, um vídeo do Fantástico sobre o assunto!





Forte abraço a todos!!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Vamos refletir!

Educação e informação - essa é a solução

Lá vai uma historinha bem bacana:

Numa cidadezinha dos Estados Unidos, um dono de uma enorme fábrica de sapatos tinha dois funcionários e os mandou à Africa para sondarem o mercado de calçados por lá.

Chegando a África um dos funcionários depois de observar o modo de vida das pessoas disse:

- "Vou logo embora, não vamos ganhar nenhum centavo nesse lugar, aqui ninguém usa sapato!

e o outro funcionário:

_ "Vou logo embora avisar o meu patrão que vamos ficar rico, aqui ninguém ainda usa sapatos!"

Bom, acredito que muita gente já deve ter ouvido essa história mas nos serve como lição em quase tudo que fazemos na nossa vida e vezes ou outra adotamos posturas otimistas ou pessimistas.

Pra quem trabalha na área ambiental, podemos tirar proveito, coisas boas de algo que talvez não fosse o idealizado! Temos que trabalhar com as ferramentas que temos e não desanimar!

Mesmos com as nossas mazelas ambientais, muitas pessoas ao nosso redor são tocadas pelo trabalho de poucos que lutam pelo nosso ambiente mais sadio e equilibrado.

Temos que ser convictos que hora ou outra o nosso trabalho faz e/ou fará a diferença!

E é nisso que eu acredito, e você?!

Bejin pra vocês!
Fernanda Abra

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Conhecimento de Pescador

Katarini em ComunicaçãoMídiaAmbiente&Diversidade

Voltando pra SP...

Estou correndo pra variar... Mas primeiro quero parabenizar o Programa Mata Atlântica pela super oficina de bioarquitetura que infelizmente não pude acompanhar in loco.

Estive esta semana desenvolvendo o trabalho com o Instituto BioAltântica em Paraty e Angra dos Reis, RJ. Lugares de paisagens incríveis e um forte movimento de pescadores e é isso que quero ressaltar bem sucintamente neste instantâneo post.

Nos trabalhos com o Mero (www.merosdobrasil.org) e agora com o IBio estou tendo muito contato com mar e consequentemente, com pescadores...coisa super distante para quem está a mais de 500 km do litoral. E vejo como é importante e urgente ter contato com este conhecimento tradicional.

Uma das profissões mais antigas do mundo é o pescador artesanal, aquele que compreende a natureza, sabe onde deve ir com o vento, as marés, o sol e garante a diversidade de peixe na mesa. Mas eles, assim como outros povos tradicionais, sofrem uma pressão imensa do tal desenvolvimento econômico, de grandes empreendedores, do governo e das próprias ONGs, que na maioria das vezes, só trazem mais trabalho para eles e não a solução.

E o mais intrigante é que também não vemos estas categorias contempladas pela mídia...Minorias que realmente têm informação e podem contribuir com o entendimento da questão ambiental e ter seus problemas também expostos e compartilhados. Porque, pra mim, sinceramente, pesca artesanal era, em sua maioria, atividade de lazer. Ledo engano. Existem aqueles que tiram toda sua sobrevivência do mar, sem grandes máquinas ou barcos super potentes.

Precisamos entender melhor isso. Eu estou tentando

Pra começar tem um estudo disponível no site do Meros, sobre a contribuição do Conhecimento Ecológico Local para as Áreas Marinhas Protegidas. Vale a pena conferir, no link publicações.

Ainda quero estender este assunto

Mas agora preciso voltar pro Cerrado...


terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Precisa chacoalhar

Nós, a Água e a Floresta - Fernanda

O homem é um bicho estranho mesmo. Precisa levar uns trancos para acordar...
Lendo o post da Katarini, na quarta passada, fiquei pensando nas conseqüências desta crise financeira... Até fiz um comentário para o post, colocando minha desconfiança na possível economia de recursos naturais pela falta de recursos financeiros.
Meu temor é que a crise gere o efeito contrário.
Com a falta de grana circulando, os grandes empresários e os governos estimulem o consumo com a diminuição dos impostos e outros benefícios, facilitando mais a exploração também dos bens naturais.
Tá certo que estou passando uma visão um tanto quanto pessimista, mas tomando como base outras crises financeiras que já ocorreram no planeta, é importante tomar cuidado.
Também concordo que esta crise pode estimular pesquisas com materiais alternativos, reutilização e reciclagem, mas como o ser humano é imediatista pode não ter paciência de esperar os resultados de tais pesquisas e apelar para o mais fácil e rápido, usando o que está mais a mão, o que já está pronto ou o que já se sabe como fazer...
Até agora, sempre que surge um problema generalizado, um fato que atinge grande parte do mundo, a primeira reação é de sobrevivência imediata.

Resolver o que está errado, sanar o problema imediato e depois pensar nas conseqüências.
E é evidente que assim não funciona.
Não dá pra ficar esperando a água molhar a bunda e depois tomar uma atitude na correria!
O segredo é conseguir tirar proveito desta situação de forma consciente, raciocinando primeiro. Entender o que fizemos de errado e mudar as atitudes prejudiciais a nossa sobrevivência no planeta, pensando no futuro, na preservação de todas as espécies, não só da nossa...
Do fundo do coração, espero que a raça humana esteja neste grau de evolução.
Será??

Inté...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Diversidade e bioarquitetura na Agua&Floresta!!!

Políticas para a preservação da Água&Floresta - Ivy


Olááááááááááááááá'!!!!!!!!!!!!!!!! Falando diretamente da base de Iguape, trago notícias frescas sobre a Oficina de Bioarquitetura que teve seu início oficial hoje. Cerca de 40 pessoas (10 a mais do que o previsto! Sucesso total) estão participando desta atividade, que é mais um sonho do Vidágua na luta pela preservação da Água&Floresta.










Os preparativos foram iniciados no final do ano passado e há duas semanas o canteiro de obras foi iniciado visando a construção de barracão que apoiará nosso viveiro de mudas. Como a linha de trabalho adotada é o manejo agroecológico, o barracão foi idealizado com princípios da permacultura. Nas fotos abaixo vocês podem ter uma idéia da loucura que foi fazer a fundação da casa, num terreno alagado após as fortes chuvas das últimas semanas. Voluntários estão colaborando neste processo, e demonstraram acreditar nos mesmos ideais que nós!!!!
















Os tijolos de ADOBE também começaram a ser produzidos, vejam as pessoas amassando barro e a alegria delas!!!! Vejam a altura dos palanques de eucalipto que darão suporte à estrutura e imaginem 6 homens carregando os mesmos, a pleno sol, VOLUNTARIAMENTE!












Ontem começaram a chegar os participantes, de diferentes cidades e Estados e com historias diversas: quilombolas, indigenas, assentados, agricultores, estudantes, profissionais liberais, artesaos, em idades que variam de 15 a 50 anos!!!! Nas fotos abaixo voce pode ter ideia das diferentes nuances!!!!










Resumindo: a felicidade invadiu o VIDAGUA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Gostaria de agradecer imensamente todos que colaboraram com esta atividade, especialmente o Lucas Brant (foto abaixo), coordenador tecnico de toda essa historia, a equipe Vidagua (Katarini Miguel, nossa mega-super-jornalista que multiplicou a noticia), e todos os participantes presentes!!!!!!!!!!!!!!! Esse e apenas o inicio!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!









Grande, grande, grande beijo a todos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Mitos e meio ambiente



Uma boa notícia para o meio ambiente:papel de plástico!!




Dias atrás o Jornal Nacional mostrou uma reportagem sobre o que pode ser uma solução para as sacolas plásticas.

Cientistas brasileiros criaram um papel, chamado de papel sintético, que usa qualquer embalagem plástica como matéria-prima, em vez de celulose. O estudo durou seis anos e foi realizado por pesquisadores da Universidade de São Carlos.

Segundo o pesquisador Cristiano de Santi, as vantagens do papel vão além da reciclagem “ele é resistente à água, a ventos e raios ultravioleta”.

Conforme informação, sua fabricação consome menos água e menos energia que a do papel tradicional. A pesquisa indica ainda que cerca de trinta árvores deixam de ser cortadas e oitocentos e cinquenta quilos de plástico são reciclados para produzir uma tonelada de papel sintético.

Será que essa é a grande saída para o consumo desenfreado de plástico e o lixo ( quase “eterno”) que ele gera????


Um abraço,

Dani

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

As mudanças que precisamos!


Olá pessoal!


Gostaria de compartilhar com vocês um trecho interessante de um livro que estou lendo:
Educação Ambiental - principios e práticas (Genebaldo Freire Dias)


"Não se pode entender o mundo atual por meio do processo educativo vigente. Precisamos moldar um processo educacional diferente, voltado para libertação, para a compreensão do todo, para a participação, ação, mudança e reconstrução! O ser humano precisa reeducar-se, perdido que está no emaranhado dos interesses econômicos e políticos que geram um modelo baseado no lucro, no consumo crescente, na espoliação generalizada dos recursos naturais e na exploração das pessoas.

Não é que o problema básico seja a pobreza. Ela é apenas consequência da adoção de um modelo de "desenvolvimento" que produz exclusões, que produz concentração de riquezas. O alto padrão de consumo de energia e de outros recursos naturais das nações ricas produzem impactos negativos ainda maiores. Estima-se que a energia gasta para manter as necessidades diárias de consumo de apenas um bebê americano daria para sustentar 13 brasileiros, ou 35 indianos ou 280 haitianos!"


É incumbência da Educação Abiental empregar novos métodos a respeito da concepção de desenvolvimento sustentável e valores sócio ambientais. O consumo exacerbado que acompanha o modelo desenvolvimentista atual tem causado grandes impactos ambientais, os recursos naturais estão se exaurindo e já era a hora de acordamos para novos costumes, novas atitudes, novas idéias....

Enfim, um novo mundo....


Abraços efusivosssssssss a todos!
Até a próxima!!!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Crise de paradigmas

Katarini em ComunicaçãoMídiaAmbiente&Diversidade

"Tô me guardando pra quando o carnaval chegar..."

Já há alguns meses o assunto central, da mídia principalmente, é a tal crise financeira global. Mesmo que você nem saiba o porquê desta crise e o que ela vai siginificar a longo prazo, já se viu pensando, vendo ou ouvindo algo sobre...No Brasil, os efeitos começam a ser sentidos agora, com férias coletivas, demissões em massa e até certas chantagens de montadoras. Mas a crise deve ser encarada como um momento de mudanças, quebra de paradigmas, e é preciso aproveitar.

Tirando o problema do desemprego, a crise pode sim ser positiva. Semana passada coloquei no boletim do Vidágua "Crise pode ser positiva para o meio ambiente", com análise de um pesquisador sobre os efeitos positivos de uma turbulência econômica. 'Na indústria de veículos, o Brasil deixou de exportar em dezembro 62,1 mil carros, e isso também implica em redução do consumo de energia e de aço. Ainda estamos mensurando o quanto, mas é evidente - e isso pode ser afirmado tendo por base dados oficiais de 2008 - que o meio ambiente teve ganho substancial em função da não-exploração de recursos naturais, tanto renováveis quanto não-renováveis", explica o pesquisador do IPEA, José Aroudo Mota

Em artigo na revista Socioambiental, Cristina Tavelin comenta que em tempos de crise a economia dos recursos naturais é uma questão de sobrevivência para as empresas, e consequentemente de benefícios para o meio ambiente.

Que assim seja então. E quando a crise passar que a economia de recursos, o planejamento da produção e o consumo consciente sejam uma realidade.

A água e a floresta com certeza agradecem!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Nós, a Água e a Floresta

Na defesa da Água § Floresta, de quem é a responsabilidade?

Na semana passada, tivemos a primeira postagem de nossa nova colaboradora, a Fernanda Abra. Aproveito o momento para dar as boas vindas à Fernanda, ao Saulo e à Dani que se uniram recentemente à equipe Vidágua, juntando esforços na defesa de um meio ambiente equilibrado e saudável; responsabilidade esta que é um dever de todos.

E, por falar em responsabilidade e em dever de todos, volto ao assunto de minha última postagem e, como prometido, falando um pouco mais sobre responsabilidade penal ou subjetiva.

Como foi dito, para se responsabilizar penalmente alguém, além da existência do fato e do nexo causal, é preciso provar a culpabilidade. Desta forma, a existência de um crime ambiental por si só não é suficiente para punir criminalmente alguém, se não se puder provar a culpa (dolo ou culpa em sentido estrito = imprudência, negligência ou imperícia).

Desta forma, nem todo crime ambiental tipificado na Lei 9.605/98 resulta em uma sanção penal, embora se possam apurar responsabilidades civis e administrativas. Esclarecendo: a destruição de uma área de preservação permanente é um crime ambiental. O responsável pela área só será responsabilizado penalmente, se ficar provado que ele causou a destruição por dolo, imprudência, negligência ou imperícia. Caso contrário e se não tomou as precauções necessárias, para evitar a referida degradação, poderá ser responsabilizado civilmente (recuperação da área degradada) e administrativamente (multa), porém não criminalmente.

Além disto, mesmo se provando a existência da culpabilidade, há casos de exclusão da culpa, ou seja, inimputabilidade, caso de força maior ou erro. Na primeira hipótese, seriam atos praticados por pessoas que não podem ser responsabilizadas por seus atos, por exemplo, um doente mental; no segundo caso, quando a infração for cometida por uma ação que não poderia ser evitada, por exemplo, abertura de um aceiro em área protegida, para evitar a propagação de fogo; e, finalmente, quando a pessoa age, sabendo do resultado, mas agiu levada a erro, ou seja, sendo levado a crer em uma situação que, se verdadeira, justificaria a ação.

Como vocês podem ver, este é um assunto bastante complexo e, por isto, será tema de um workshop que será realizado na OAB de Bauru em março onde poderá participar qualquer interessado. A data exata do evento será comunicada posteriormente. Além disto, podemos trocar idéias sobre este e outros assuntos relacionados com Direito Ambiental por meio deste espaço que é de todos.

Um grande abraço,

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Um carro a menos.... COMO?????



Políticas para a preservação da Água&Floresta - Ivy


Amanhã começo uma verdadeira MARATONA de viagens. Bauru-SP-Brasília-SP-Iguape-Ilha Comprida-SP-Campinas-Socorro-SP-Bauru (UFA!!!!!!). Fora o cansaço que me invade só de pensar em todo esse trajeto e o "banzo*" que já sinto da minha casinha, uma questão está tomando os meus pensamentos...... qual o impacto ambiental desta quinzena tão agitada?????


Tenho dois outros motivos para pensar nesse tema. O primeiro foi o atropelamento recente, ocorrido na Avenida Paulista, de Márcia Regina de Andrade Prado, 40 anos, participante de grupos de defesa dos ciclistas na megalópole São Paulo e grande ativista da difusão da idéia de que não faltam ciclovias, mas sim consciência de que OS CICLISTAS EXISTEM! Sobre o assunto, digitem no Google "atropelamento + ciclista + avenida + paulista" e encontrarão dezenas de notícias. Para mim, a abordagem mais interessante é a da Central de Mídia Independente (http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2009/01/437827.shtml), espaço alternativo que publica versões mais distantes do status quo dos grandes jornais e veículos eletrônicos. Em outros veículos de comunicação, é interessante notar o destaque à informação sobre trechos da pista estarem interditados, logicamente algo voltado àqueles que têm carro!


O segundo fato que me deixou pensativa foi pesquisa divulgada semana passada que demonstrou o alto número de veículos em Bauru, cidade onde moro. Com 350.000 habitantes, Bauru já tem 1 carro para cada 2 pessoas!!!!!!! Para saber mais, acesse http://www.jcnet.com.br/busca/busca_detalhe2009.php?codigo=148626 e pense no absurdo que é isso! Transporte coletivo? Moto-taxi?Bicicleta?Caminhada? Na verdade, numa cidade como a que vivemos todas as alternativas anteriores, inclusive os carros, estão sob o caos! A engenharia de trânsito (ou tráfego? Ou dá igual?) parece não favorecer a mobilidade de nenhuma forma. O mais interessante é perceber que se trata de um problema generalizado, que só piorou depois de Ford....


Voltando à minha maratona, nesse percurso lançarei muito carbono na atmosfera usando avião, táxi e ônibus. Perderei MUITAS horas em todo o trajeto, só em baldeações, esperas, distâncias.... nesse mundo moderno, onde as pessoas facilmente chegam a lugares antes não tão usuais, nossa necessidade de deslocamento cresceu muito, mas nossa mobilidade só tem diminuído... Admiro as pessoas que estão tentando mudar essa realidade, através de seus manifestos, suas ações de mobilização e suas atitudes. Alguns já perderam a vida defendendo essa idéia, que pode poupar muita Água&Floresta!


Fica para nós o exemplo da Márcia... na foto disponível na matéria da Central de Mídia Independente, ela veste uma camiseta com a imagem que coloquei aí em cima (a imagem está no blog http://www.pedalante.blogspot.com/) . Pense nisso, a dependência dos veículos automotores individuais pode ser reduzida gradativamente, e não dói. Se cada um de nós fizer um pouquinho, podemos mudar a nossa realidade, mesmo que seja de maneira sutil.... É óbvio que o tema não pode ser tratado de maneira tão superficial como coloquei aqui neste post, mas minha proposta é estimular a reflexão de cada um, podendo iniciar uma discussão em forma de comentários.


Um carro a menos, com a ajuda de todos!


*Banzo: palavra que define um sentimento de nostalgia por um lugar ou pessoa, empregado para explicar a saudade que os escravos sentiam de suas origens.