Katarini em ComunicaçãoMídiaAmbiente&Diversidade
de volta à vida, me preparando agora para ministrar o workshop sobre comunicação e mídia no movimento ambiental (informações em www.vidagua.org.br)
Como foi o Encontro de Comunicação Ambiental? positivo. Poderia ter sido melhor, com uma participação mais efetiva, mais empenho das pessoas, mas todos salvaram-se e orgulharam-se, por fim.
E apesar da quantidade de trabalho e confusão para organização de um evento, sempre acabamos aprendendo, crescendo e nos motivando. E essa foi a função da Conferência inicial, com o professor Wilson Bueno: me estimular, sacudir mesmo... sair da inanição.
Eu não poderia deixar de comentar aqui o incrível radicalismo (bom!) e coragem do professor (que não tem papas na língua para as críticas), que nos deixa envergonhados mediante nosso conformismo com a imprensa atual, principalmente no que se refere à cobertura ambiental. Achamos que está suficiente, que os processos de produção são limitantes, que as matérias estão crescendo, que a imprensa está interessada no desenvolvimento social...balela!
Bueno prega, com propriedade, que o jornalismo realmente comprometido com o meio ambiente, nao adota o tom brando, mas defende a mobilização, a resistência e "o corpo-a-corpo com os que estão, sistematicamente, agredindo a natureza", no caso, as grandes corporações - para as quais ele tem acusões terríveis, porém verdadeiras. As notícias devem pluralizar as informações e ouvir aqueles que convivem diretamente com as mazelas sociais e ambientais e têm muito a contribuir como os povos da floresta, o agricultor familiar e o cidadão comum. Mas para praticar este jornalismo é preciso estudar, militar, dominar conceitos básicos, e acima de tudo, estar comprometido com uma perspectiva crítica sobre nosso modelo de desenvolvimento.
E mais: não dá para se enganar mais com o discurso de desenvolvimento sustentável, que como lembra o professor, está apenas associado às questões econômicas, e a mídia acaba por difundir o conceito para ganhar economicamente e destacar sob lentes da responsabilidade a exploração dos recursos naturais feita por grandes empresas.
Para saber mais e ter comprovações cabais desta angústia reducionista da cobertura ambiental vale conferir o livro de Wilson Bueno (que apesar de ser um ilustre professor, pioneiro no jornalismo científico, doutor pela USP, é uma pessoa extraordinária, que nem admite ser chamada de doutor! e não faz dos títulos seu escudo). Pode conferir: "Comunicação, jornalismo e meio ambiente: teoria e pesquisa". E olha que ele nem deve aprovar toda esta propaganda que fiz. É um cidadão comum, só um pouco mais lúcido que nós.
e...quem sai perdendo com a falta de militância no jornalismo? Nós, a água e a floresta!
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
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Um comentário:
Realmente, muitas vezes nos conformamos com as parcas notícias sobre a questão ambiental, e mesmo quando criticamos, essa crítica fica restrita aos que já atuam no movimento, ou seja, o cidadão que leu ou ouviu aquela matéria não saberá de nossa discordância. Há uma tendência dentro do movimento ambientalista de se aprimorar esses instrumentos de comunicação, tanto interna quanto externa. Valeu, Katarini!
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