quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O cadáver de nossas pesquisas

Katarini em ComunicaçãoMídiaAmbiente&Diversidade
saudações de quem não conseguiu eleger seu candidato, mas continua confiando na cidade sanduíche

Pois bem, o companheiro Ivan me mandou no começo da semana uma pesquisa no mínimo alarmante, e que resolvi comentar aqui nas breves linhas (breves mesmo!)

Quanto de floresta precisa ser destruída para que possamos nos formar e realizar nossas pesquisas?
A advogada Ana Cecília Parodi, aluna do Mestrado de Direito Econômico e Socioambiental da PUC-PR, pensou e fez as contas. Entre 1980 e 2007, em uma única universidade, quase 1 milhão de árvores foram derrubadas para a produção do papel que se transforma em monografias, dissertações e teses. Isso quer dizer que foram cortados 588 hectares de florestas, o equivalente a 800 campos de futebol, segundo a materia veiculada em http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=813146&tit=Revisao-de-normas-da-ABNT-pode-poupar-muitas-arvores

Reitero que esse montante é em apenas 1 universidade. Multiplique pelo tanto de universidades que temos.

De acordo com a pesquisadora, é preciso mudar o modelo atual de produção e consumo, as instituições de ensino devem provocar esta reflexão, e a ABNT(órgão que regulamenta a entrega dos trabalhos) rever seu papel na indução de comportamentos socioambientalmente corretos. E neste sentido, ela levou a pesquisa à ABNT, que não permite impressão frente e verso e nem em papel reciclado (pasmem!), sugerindo mudanças nesta regulamentação. Só de imprimir frente e verso metade das árvores desta floresta ficariam em pé. Segundo a matéria, a ABNT se comprometeu a definir uma data para votar a reforma proposta em no máximo dois meses.

Alguém tinha que tomar esta iniciativa! e podemos ir além: os textos poderiam aproveitar o espaço privilegiado e ilimitado da internet para ficarem disponível on line. Sugiro um movimento em favor da utilização racional de papel nas universidades (e em outros locais também)
Quem quiser pode enviar mensagem à ABNT reforçando a proposta da pesquisadora e pedindo mais compromisso com o meio ambiente: www.abnt.org.br, no item fale conosco.

Pela floresta em pé! Sempre !
fico por aqui...aguardando manifestações

3 comentários:

Anônimo disse...

E o mesmo pensamento se repete em minha mente: isso sim é trabalho acadêmico, isso é contribuição social! Excelente post, depois do susto com a ironia dos números cadavéricos e da indignação com a inflexibilidade das normas, que não precisavam ser da ABNT para estarem tão atrasadas e insustentáveis, nada melhor que RECLAMAR. Adorei o link no fim do post!

Ivy Wiens disse...

Socorro!!!!! Some a isto o fato de cada universidade solicitar um número X de cópias para a qualificação, mais a defesa, o que no caso da UNESP é um absurdo!!! Mesmo com as normas da ABNT contrariando, todas as dissertações e teses feita na USP São Carlos OBRIGATORIAMENTE devem ser impressas frente e verso, sabiam???

Big beijo!

Ani Almeida disse...

Gente, depois de ler esse post, me veio a dúvida:
_O Conhecimento custa caro, ou o custa o fato deste não ser aplicado como realmente poderia ser, o fato de ser subutilizado?!
Espero que mais e mais ações e práticas como esse exemplo pipoquem das universidades!
:O